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Três cidades em que Bach viveu que merecem sua visita

Uma das figuras mais veneradas da História da Música Universal é, sem sombra de dúvida, o compositor alemão Johann Sebastian Bach. Seu vasto repertório e virtuosidade são únicos. Dentre suas composições, destacam-se sonatas para órgãos e cravo, assim como belas cantatas. Um dito afirma: “Talvez existam músicos que não acreditem em Deus, mas não há um sequer que não creia em Bach”.

Bach em 1746.de Elias Gottlob Haussmann. (Fonte: Wikipedia)

Nascido em 21 de março de 1685 em Eisenach, no Estado da Turíngia, esse gênio da música barroca passou por várias cidades em sua vida. Quando criança, viveu em Ohrdruf e na adolescência estudou em Lüneburg, a poucos quilômetros de Hamburgo.

É em Lüneburg que acaba desenvolvendo toda sua virtuose como organista. Porém, é em Köthen, depois de ter vivido em Arnstadt e Weimar, que sua grandiosidade é reconhecida.

Por mais que ganhasse um belo salário e tivesse regalias do príncipe Leopoldo de Anhalt-Köthen, Bach sentia falta da música sacra e de compor para órgãos. Juntando o fato de que queria que seus filhos tivessem uma boa educação, acaba indo viver em Leipzig, uma das mais importantes cidades alemãs da época.

Bach passou longe de ser um superstar de sua época

Seu contrato com a Escola de São Tomás (Thomasschule), no entanto, não lhe garantia tantas regalias, como as que tinha em Köthen. Bach acumulava atribuições que não somente se reduziam à composição, mas também ao ensino do latim e canto para os famosos meninos cantores do Coro de São Tomás. Além disso, lutou muito por reconhecimento. Imaginem que a fabulosa “Paixão segundo São Mateus” foi considerada inaceitável pelo reitor da Thomasschule: longa demais! Mais: chegou a visitar as cortes da Saxônia e da Prússia e mesmo assim manteve seu emprego em Leipzig.

Se Bach é hoje considerado o maior compositor de todos os tempos, não parece que durante seus anos de vida tenha sido reconhecido como um superstar. Enquanto vivia de compor música sacra numa igreja em Leipzig, seu contemporâneo Händel, de Halle, cidade vizinha, fazia sucesso na corte inglesa. É que Bach não deixou de pensar em sua família: teve 21 filhos e se casou duas vezes. Ao que parece, o grande compositor não desenvolveu qualquer interesse em construir uma grande carreira para, justamente, dedicar-se aos seus.

Já que estamos com este artigo apresentando apenas uma breve e bastante incompleta biografia de J. S. Bach, a visita a algumas das cidades em que Bach viveu complementará essa viagem ao passado da música alemã. Tendo Leipzig, uma bela cidade de 600 mil habitantes, como base, fica fácil visitar, ao menos, outras duas: Eisenach e Köthen. Abaixo, sugerimos o que você pode ver nestas cidades em que Bach viveu:

1) Eisenach

J.S. Bach
À direita da imagem, a estátua de Bach. Ao seu lado direito, o Museu Bach, o Bachhaus. (Fonte: Bach-Tueringen.de)

Eisenach é uma cidade interessante por dois fatos: viveram nela simplesmente dois grandes nomes da História da Alemanha. Um deles dividiu a Igreja com sua Reforma e o outro tornou-se o maior músico de todos. São eles, respectivamente, Martinho Lutero e J. S. Bach. A cidade merece um dia de passeio, pois, além do Museu Bach e a Igreja de São Jorge, onde o menino foi batizado, vale a pena ainda visitar a casa em que viveu Lutero e, talvez o highlight da cidade, a Fortaleza de Wartburg, local onde Lutero, escondido, traduziu o Novo Testamento. Imperdível!

Dica: se estiver interessado em cidades nas proximidades, não deixe de visitar Weimar e Erfurt.

2) Köthen

Cidades em que Bach viveu
(Fonte: Bachstadt Koethen)

Entre os anos de 1717 e 1723, Bach foi mestre de capela na corte de Anhalt-Köthen e aí compôs grande número de suas mais importantes obras. Visitar o palácio real da cidade é, portanto, imergir no universo do jovem J. S. Bach. Nele se encontra um Memorial a Bach.

3) Leipzig

Cidades em que Bach viveu
(Fonte: Flickr)

É em Leipzig que Bach viverá boa parte de sua vida como músico. Não como mestre de capela, mas como cantor (nesse caso, cantor não significa alguém que canta, mas um músico dirigente). Como já contamos acima, trabalhará na escola de São Tomás e produzirá obras magníficas de seu repertório. É na Igreja de São Tomás que está enterrado o músico. Além disso, uma visita ao lado, no Arquivo Bach, é de grande enriquecimento para o conhecimento de obra.

Bach também compôs obras para outras igrejas de Leipzig, tais como a Igreja de São Nicolau, local de reuniões que levariam às manifestações contra o regime comunista na Alemanha Oriental, e a Paulinerkirche, destruída nos anos da ditadura. Hoje, no local desta encontra-se um dos campi da Universidade de Leipzig. Não deixe de visitar essa bela obra arquitetônica.

Boa viagem!

 

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